Surrealismo

Surge em Paris, desenvolvendo -se principalmente no período entre as duas guerras (1918-1939). Defende que o caráter destrutivo dadaísta deveria corresponder a apenas uma das etapas do processo de criação. Como etapa posterior à demolição das tradições burguesas, estaria a inauguração de um novo conceito de realidade, baseado no surreal.

Cronologicamente, é o último movimento da vanguarda europeia e surgiu com esse nome em 1924, quando André Breton lançou o Manifesto do Surrealismo. A Palavra Surrealismo, contudo, já havia sido empregada por Apollinaire.

A Tentação de Santo Antão (1904-1989). A livre interpretação de associações delirantes, que o pintor denominava "método paranoico crítico", é a base da assombrosa invenção onírica de Salvador Dalí. O mais combatido e combativo dos surrealistas, foi excluido do movimento, em sua vertente à sua esquerda, por sua declarada admiração pelo fascismo e pelo dinheiro. Deserdado por Freud, que não o levava a sério em suas fanfarrices de palhaço, tido por gênio e charlatão, deixou algumas obras que jamais perderam o poder de instigar e assombrar.
A Tentação de Santo Antão (1904-1989). A livre interpretação de associações delirantes, que o pintor denominava “método paranoico crítico”, é a base da assombrosa invenção onírica de Salvador Dalí. O mais combatido e combativo dos surrealistas, foi excluido do movimento, em sua vertente à sua esquerda, por sua declarada admiração pelo fascismo e pelo dinheiro. Deserdado por Freud, que não o levava a sério em suas fanfarrices de palhaço, tido por gênio e charlatão, deixou algumas obras que jamais perderam o poder de instigar e assombrar.

O Surrealismo nasceu de uma ruptura com o dadaísmo, pela desilusão com o seu niilismo e sua autofagia.

  • Propostas do movimento:
  • Conflito entre a vida pensada e a vida vivida
  • Desejo de redenção psicologica, social e universal do ser humano
  • Ilogismo
  • Valorização do inconsciente
  • Automatismo verbal e escrito
  • Modificação das estruturas da realidade
  • Emprego da imagem liberada
  • Humor negro
  • As projeções do Surrealismo
  • Textos

O menino Experimental 

(Fragmentos)

O menino experimental come as nádegas da avó e atira os ossos ao cachorro.

O menino experimental futuro inquisidor devora o livro e soletra o serrote.

O menino experimental não anda nas nuvens. Sabe escolher seus objetos. Adora a corda, o revólver, a tesoura, o martelo, o serrote, a torquês. Dança com eles. Conversa-os.

O menino experimental ateia fogo ao santuário para testar a competência dos bombeiros.

O menino experimental, declarando superado o manual de 1962, corrige o professor de fenomenologia.

O menino experimental confessa-se ateu e à-toa.

O menino experimental é desmamado no primeiro dia. Despreza Rômulo e Remo. Acha a loba uma galinha. No tempo do oco pré-natal gritava: “Champagne, mamãe! Depressa!”

O menino experimental decreta a alienação de Aristóteles. Expulsa-o da sua zona, só com a roupa do corpo e amordaçado.

O menino experimental repele as propostas da prima de dezoito anos chamando-a de bisavó.

O menino experimental escondendo os pincéis do pintor e trancando-o no vaso sanitário, obriga-o a fundar a pop art, única saída do impasse.

O menino experimental ensina a Vamp a amar. Dorme com o radar debaixo da cama.

O menino experimental, dos animais só admite o tigre e o piloto do bombardeio. Deixa o cão mesmo feroz e o piloto civil às pulgas.

O menino experimental benze o relâmpago.

O menino experimental antefilma o acontecimento agressivo, o Apocalipse, fato do dia.

O menino experimental festeja seu terceiro aniversário convidando Jean Genet e Sofia Loren para jantar. Espetados na mesa três punhais acesos.

O menino experimental despede a televisão, “brinquedo para analfabetos, surdos, mudos, doentes, antinietzsches, padres, podres, croulants”.

O menino experimental atira uma granada em forma de falo na mãe de Cristóvão Colombo, sepultado nas Américas.

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