• Agência O Globo
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Siderurgia e metalurgia ; siderúrgica ; produção de aço ; produção industrial ;  (Foto: Divulgação)

(Foto: Divulgação)

A notícia de que o presidente Donald Trump pretende voltar a sobretaxar o aço brasileiro surpreendeu o setor siderúrgico nacional. Isto porque existe um acordo com os Estados Unidos, que criou cotas de exportações de aço para o mercado americano. Só é taxado o que exceder ao volume acertado.

O acordo foi firmado não apenas com Brasil e Argentina, mas também com Coreia do Sul, sem prazo para terminar.

"Estamos tentando entrar em contato com o governo, para tentarmos entender o que está acontecendo e vermos que providências devemos tomar. Estranhamos a afirmação do presidente Trump de que o Brasil desvaloriza sua moeda. O Brasil não é a China. Aqui, o câmbio é livre, não há manipulação de moeda", afirmou Marco Polo Mello, presidente do Instituto Aço Brasil.

Para  Mello, a medida seria algum tipo de retaliação de Donald Trump para proteger a indústria local - o que, a seu ver, não teria cabimento. Isto porque foi graças ao setor empresarial americano, grande consumidor de aços acabados e semiacabados do Brasil, que foi firmado o acordo entre Brasil e EUA.

"A medida vai contra os interesses da própria indústria siderúrgica americana. Não tem qualquer lógica, ainda mais em um momento de grande aproximação entre os governos do Brasil e dos EUA", disse ele.

Em março do ano passado, Trump anunciou que seriam sobretaxadas as importações de aço em 25% e de alumínio em 10%. Ele alegava questão de segurança nacional.

Em maio, os governos de Brasil e EUA acertaram que, para evitar essa sobretaxa, os EUA adotariam uma cota de importação do produto.

Essa cota seria uma média sobre os últimos três anos de importações americanas. Sobre as compras que excedessem essa cota, incidiria uma sobretaxa.

Em agosto do ano passado, o governo americano chegou a flexibilizar a cota, pois faltava aço no país. Mas o acordo continua em vigor. Por isso, o anúncio de Trump suspreendeu o setor no Brasil, que é o segundo maior fornecedor de ferro e aço aos EUA.